RS: Chuvas torrenciais também trazem o porto
Em meio a uma semana conturbada pelo excesso de chuvas em algumas das principais regiões arrozeiras do Rio Grande do Sul, com danos às áreas que tiveram o preparo antecipado, por enxurradas e enchentes dos rios e arroios, o setor orizícola recebeu uma boa notícia: foi assinado o contrato da reforma e ampliação do cais do Porto de Rio Grande (RS). A assinatura para a obra de modernização de 1.125m de cais do Porto Novo aconteceu na última quinta-feira (3/7), com a presença de autoridades nacionais, estaduais e locais.O superintendente do Porto, Dirceu Lopes, explica que a obra dará ao cais público as condições necessárias para atender o mercado nos próximos 50 anos, tornando-o apto a receber navios de maior calado e utilizar equipamentos capazes de movimentar cargas maiores. O volume de produção do Porto cresceu 19% no primeiro semestre de 2014 e ao longo do ano deverá alcançar 35 milhões de toneladas, com a expectativa de uma movimentação entre 1,2 e 1,5 milhões de toneladas de arroz. A primeira etapa de 450 metros de modernização do cais já foi executada. A segunda etapa abrange 1.125 metros de cais, com trecho avançando em 10 metros. O investimento é de R$ 97 milhões. A previsão é que a obra tenha duração de 18 meses.O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, considera esta uma grande notícia para o setor arrozeiro. Segundo ele, a obra gera a expectativa de resolver parte do gargalo logístico que afeta o agronegócio gaúcho. Entende que há muito a avançar no trajeto entre a lavoura e o navio para reduzir custos, ampliar a competitividade, a eficiência e, consequentemente, a renda no campo. \”Também, precisamos trabalhar para que seja melhorada a própria estrutura de armazenagem e embarque nos terminais públicos e privados, com o Ship loader para arroz ensacado, além da efetivação do uso de modais ferroviário e hidroviário no escoamento até o Porto\””, diz Dornelles.Para ele, a modernização do cais traz um conjunto de benefícios que possivelmente refletirão numa maior presença brasileira no mercado externo, e isso faz bem para toda a cadeia produtiva. \””É uma grande vitória. Agora esperamos que a obra seja concluída em 18 meses\””, reconhece o dirigente arrozeiro.Segundo Dornelles, alternativas estão sendo planejadas para que as obras não interfiram nos embarques do cereal para outros países. \””Dirceu Lopes é um superintendente comprometido com a produção primária. Com o arroz, mostrou-se sensível aos problemas mercadológicos e logísticos e participou de vários eventos do setor como a 24ª Abertura Oficial da Colheita, em Mostardas, sempre apresentando sugestões para melhorar a nossa inserção no mercado\””, define o presidente da Federarroz.CHUVASA boa notícia amenizou as preocupações dos produtores. Nesta primeira semana de julho a zona arrozeira gaúcha sofreu danos pelo excesso de chuvas, provocado por um ciclone extratropical. Em algumas regiões, enchentes nos rios e arroios danificaram lavouras que passaram por preparo antecipado de verão. Enxurradas, chuva de granizo e temporais com ventania abriram valas em terrenos de cultivo, destruíram canais e geraram uma série de danos em estruturas das fazendas. Em algumas regiões foram mais de 200 milímetros em cinco dias. Houve problemas sérios na Fronteira Oeste e na Depressão Central, afetando mais de uma centena de lavouras.Nas regiões em que as chuvas não foram intensas, elas foram frequentes. Há 45 dias não entra uma máquina nas lavouras na Metade Sul, pois não dá para trabalhar por causa das cheias ou do solo saturado. \””Desta maneira, e com a previsão de um fenômeno climático El Niño a partir do mês corrente, o setor está em alerta máximo para a possibilidade, bastante provável, de atraso de plantio, especialmente das áreas que não passaram pelo preparo antecipado\””, reconhece o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles. “