Produtores de trigo do RS pedem redução de ICMS para ajudar escoamento
Produtores de trigo do Rio Grande do Sul –que será o principal fornecedor nacional este ano– esperam obter uma redução do ICMS para facilitar o escoamento do produto para outros Estados.Representantes do setor negociam com o governo gaúcho uma redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de 12 para 6 por cento para o trigo vendido a outros Estados da região Sul e do Sudeste, e de 7 para 3,5 por cento para o trigo vendido a moinhos do Nordeste.O objetivo é conseguir competir melhor com o produto adquirido do Mercosul –que entra com isenção de impostos– e assim melhorar a renda obtida pelos agricultores, num momento de grande oferta no Rio Grande do Sul devido ao avanço da colheita.”Assim, Santa Catarina, Paraná e São Paulo têm chance de vir comprar produto que só o Rio Grande do Sul tem””, disse o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro), Rui Polidoro Pinto.Segundo ele, a expectativa é que a redução do ICMS pelo governo gaúcho seja anunciada nesta quarta ou na quinta-feira.Rio Grande do Sul e Paraná historicamente produzem, cada um, praticamente metade do trigo brasileiro.Este ano, no entanto, geadas e clima adverso prejudicaram a safra paranaense.O Brasil deverá colher 4,81 milhões de toneladas, sendo 2,65 no Rio Grande do Sul e 1,71 milhão no Paraná, segundo os dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).A colheita da safra 2013 no Rio Grande do Sul já passa da metade, disse a Emater/RS, órgão de extensão rural do governo gaúcho.Com maior disponibilidade no mercado local, os preços registram queda.Em Passo Fundo (RS), a tonelada está sendo comercializada a 658,33 reais nesta quarta-feira, queda de mais de 20 por cento ante o patamar do início de outubro, conforme levantamento da Esalq/USP.Antes do início da safra nacional, o trigo registrou valores recordes no mercado brasileiro, por conta das geadas no Paraná e da quebra da última safra argentina e nos parceiros comerciais do Mercosul.””O Rio Grande do Sul, considerando o consumo interno e produção, tem que colocar além de suas fronteiras 1,6 milhão de toneladas. O que queremos é tornar equitativa a carga tributária em relação ao trigo oriundo do Mercosul””, disse o assistente técnico da Emater/RS, Ataídes Jacobsen, especialista em trigo. “”A indústria moageira de outras regiões têm demonstrado interesse (caso haja redução do ICMS).””O suprimento de trigo do Rio Grande do Sul será importante para os moinhos brasileiros este ano, avaliou o diretor de relações com o mercado da plataforma eletrônica Fortisagro, João Batista Cardoso, em entrevista ao chat Trading Brazil, da Thomson Reuters, nesta quarta-feira.””O Brasil deve importar algo como 7 milhões de toneladas num período de 12 meses. Não poderemos contar muito com a Argentina, pois por lá a safra foi perdida parcialmente devido à seca, e o governo não deve liberar exportações antes de fevereiro de 2014″”, afirmou.Procurada, a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul não comentou imediatamente a possibilidade de redução do ICMS. “