Soja garante alta das exportações
Safra recorde, demanda elevada e preços firmes fizeram da soja a principal responsável pelo aumento das exportações do Paraná neste ano. De janeiro a novembro, o estado faturou US$ 17 bilhões com as vendas de mercadorias ao exterior, valor 3% superior ao do mesmo período de 2012. Mas, sem o grão, as receitas teriam baixado 1%, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).Os resultados reforçam a dependência que o Paraná mantém em relação a seu principal produto de exportação. A participação da soja no faturamento do comércio exterior do estado aumentou de 20% nos primeiros 11 meses do ano passado para 23% neste ano ? a mais alta em pelo menos 16 anos, quando teve início a atual série histórica do MDIC. No momento de menor dependência, em 2006, a fatia foi de 7%.Apesar da supremacia da soja, o aumento das exportações deste ano até que foi bem distribuído. Dos 15 principais grupos de produtos, que concentram quase 90% das vendas ao exterior, nove registraram crescimento. Além da própria oleaginosa, cujos embarques cresceram 20%, os que tiveram maior impacto no resultado geral foram farelo de soja (alta de 17%), carnes (9%), veículos e peças (5%) e equipamentos mecânicos (10%).O problema é que houve quedas muito acentuadas em outras categorias importantes. As exportações de combustíveis ? em especial, óleo combustível e diesel ? despencaram 81%, provavelmente por causa do crescimento do consumo doméstico. Também se retraíram os embarques de produtos como milho e outros cereais (-19%), açúcar (-17%) e óleo de soja (-16%).Câmbio a favorO discreto avanço das receitas em dólar, de apenas 3%, foi compensado pela taxa de câmbio. A cotação média do dólar de janeiro a novembro foi de R$ 2,14, 10% acima da taxa média do mesmo período de 2012. Assim, ao converter as receitas para a moeda brasileira, os exportadores ganharam mais: em reais, o faturamento das exportações aumentou 14%.Importações caem pela primeira vez em quatro anosO Paraná importou US$ 17,8 bilhões de janeiro a novembro, valor 1% inferior ao do mesmo período de 2012. Foi a primeira queda desde 2009, quando as compras acumuladas nos 11 primeiros meses do ano despencaram 35% por causa da crise internacional. A retração deste ano é explicada pela queda nas compras de três tipos de produtos: veículos e peças (-3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7%) e, principalmente, petróleo (-38%).A redução nas importações de óleo bruto está relacionada às mudanças na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. Até o ano passado, cerca de 30% do óleo refinado na Repar vinha de outros países, em especial da Nigéria. Com a modernização dos equipamentos da refinaria, que hoje consegue processar mais petróleo nacional (mais pesado), a dependência de matéria-prima importada baixou a 21%.