Intempéries causam queda de 30% na safra de trigo no Rio Grande do Sul
Geadas tardias, vendavais e chuvas constantes, ocorridos principalmente nas fases de floração e formação da cultura do trigo, foram os principais responsáveis pela significativa queda na produção da safra 2012 do cereal no Rio Grande do Sul, conforme informações repassadas pelo diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, e pelo chefe-geral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto, na manhã desta quinta-feira (10/01), durante coletiva de imprensa na sede da Emater/RS-Ascar, em Porto Alegre. Também estiveram presentes no encontro o presidente e a diretora administrativa da Emater/RS, respectivamente, Lino De David e Silvana Dalmás, além de representantes das Secretarias da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) e de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). Conforme os números divulgados pela Emater/RS-Ascar, apesar do aumento de 5,54% da área cultivada na safra 2012, que passou de 932.390 hectares para 984.084 hectares, a produtividade das lavouras sofreu reduções significativas em importantes regiões produtoras, como Ijuí e Passo Fundo, onde a queda ficou ao redor dos 40%. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, com a segunda maior área semeada no Estado (266.653 hectares), a produtividade foi 14% menor. ?As regiões Norte e Noroeste do Estado representam 70% da produção de trigo gaúcha?, destacou o diretor técnico da Emater/RS. No Estado, os rendimentos foram 25,28% menores se comparados à estimativa inicial para a cultura, ficando em 1.914 kg/ha. Em relação à produção, o Rio Grande do Sul deve colher 1.883.898 toneladas, o que representa 31,29% a menos do que a safra passada, quando foram colhidos 2.741.716 toneladas. ?Apesar da queda dos rendimentos e da produção, os resultados da atual safra não chegam a representar nenhum desastre. Mesmo com toda a adversidade, a produtividade conseguiu se firmar em um patamar próximo aos 2 mil kg/ha. Isso é reflexo de maiores investimentos e da utilização de mais tecnologias nas lavouras por parte dos produtores?, ressaltou o chefe-geral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto. Para o presidente da Emater/RS, Lino De David, um dos principais gargalos enfrentados pelos triticultores gaúchos já foi superado. ?A comercialização deixou de representar um problema para os produtores, graças à abertura de novos mercados?, frisou. Outro aspecto destacado durante a avaliação da safra foi a significativa perda na qualidade dos grãos da safra 2012, com o produto colhido não atingindo, em muitos casos, os índices mínimos requeridos para efeito de industrialização. ?As geadas prejudicaram a fisiologia das plantas?, explicou Dotto. Segundo o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, em que pese a queda na produção gaúcha, o trigo continua sendo a principal alternativa econômica de inverno para os triticultores do Estado. ?Além de o cereal ser uma excelente opção de cobertura do solo e para a rotação de cultura, os produtores podem aproveitar o mesmo maquinário utilizado nas culturas de verão?, explica. Outra vantagem, conforme Paulus, são os preços praticados atualmente. ?Considerando-se a média histórica das cotações corrigidas, o preço da saca de 50 kg está em R$ 33,04, contra R$ 26,08 registrado no mesmo período do ano passado, e R$ 28,35 na média histórica?, destaca. Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Jornalista Júlio Fiori